Prospecção Corporativa: da investigação a oportunidade de fechamento

A prospecção, como vimos ressaltando aqui no blog, é uma ação essencial para a saúde dos negócios de uma empresa, viabilizando não somente a busca por novos clientes como novas oportunidades de negócio.  

O mundo é movido por negócios e esses movidos pelas relações das empresas com seus prospects. Por isso é preciso que as equipes responsáveis pela prospecção saibam como desenvolver todo o processo que ela envolve, desde o primeiro momento em que são coletados o maior número de informações possíveis sobre o prospect ao momento do fechamento do negócio. Leia o artigo a seguir, escrito pelo Diretor do Instituto Brasileiro de Vendas, Carlos Cruz,  e descubra como o processo de prospecção é uma estratégia importante capaz de gerar bons resultados para sua empresa.

“O vendedor é um grande caçador de oportunidades. Por trás de cada negociação fechada, existe um trabalho investigativo para que o profissional consiga identificar pontos importantes como necessidades, motivadores de compras e as melhores soluções para que cada projeto seja viabilizado. No entanto, antes de colocar em prática qualquer técnica de venda, é preciso passar pela primeira etapa: a prospecção de clientes, ou seja, o momento de construir confiança e credibilidade por meio do relacionamento com compradores em potencial.

Existem situações em que as vendas nascem através de um atendimento receptivo com uma oportunidade, por exemplo, quando o comprador procura a empresa já determinado a adquirir uma solução específica. Porém, casos como esses são cada vez mais raros e dependem de questões como investimentos em marketing e indicações, sobretudo no mundo do B2B (Business to Business). Com o mercado cada vez mais competitivo, é imprescindível que os profissionais atuem incessantemente em busca de oportunidades, que é a soma das necessidades a serem atendidas.

Nos últimos anos a internet tornou-se uma grande aliada no processo de vendas. Além de conter informações sobre as empresas, que ajudarão o profissional a mapear possíveis necessidades dos clientes realizando uma abordagem consultiva, permite chegar aos tomadores de decisões com mais facilidade, principalmente, após o surgimento das redes sociais específicas. Uma das ferramentas utilizadas é o LinkedIn, espaço voltado para negócios e desenvolvimento de carreira, com mais de 150 milhões de usuários cadastrados. Por meio dele é possível estabelecer conexões com profissionais de cargos elevados, como diretores e presidentes, que podem influenciar diretamente na decisão de compra.

Outra alternativa é a aproximação presencial, situação na qual o alinhamento de repertório deve ser muito bem utilizado. Segundo Philip Kotler, professor americano conhecido como o pai do marketing, são cinco os papéis assumidos: pelas pessoas diante de uma compra:

  1. Influenciador iniciador: Pessoa que primeiro sugere a ideia de comprar um produto ou serviço específico.
  2. Influenciadores diversos: A decisão do comprador pode ser influenciada por pontos de vista ou sugestões.
  3. Tomador de decisão: Pessoa com poder decisório sobre qualquer componente de uma compra, por exemplo: por que deve comprar, o quê, como e onde adquirir o produto.
  4. Comprador: Indivíduo responsável por efetivar a compra. Por vezes, ele não é o tomador da decisão, mas a ele é delegado o poder do fechamento no processo da compra.
  5. Usuário: Aquele que consumirá o produto ou serviço.

Em uma reunião, por exemplo, é importante aproveitar cada minuto com o cliente e dar espaço para que ele aponte o que realmente precisa. Com isso, as chances de acertar nos argumentos serão maiores. O problema de um presidente, por exemplo, pode ser a insatisfação dos acionistas pela perda de lucratividade, já o do diretor industrial o aumento de custos, o diretor de marketing o declínio da participação do mercado e os vendedores quedas nas vendas. Desta forma, é possível alinhar o repertório com cada influenciador no processo de compra para que, em seguida, o vendedor profissional possa apresentar uma solução adequada.

Feiras e palestras também podem servir como boas oportunidades para estreitar o relacionamento com executivos. Antigamente, o vendedor era conhecido por falar muito, tomando algo como 80% do tempo de um encontro de negócios. Hoje, isso deve ser repensado e invertido, ou seja, o profissional de vendas deve fazer perguntas assertivas, ouvir muito mais e na hora de se pronunciar tem que ser assertivo e utilizar de informações apresentadas no momento anterior.

Também não podemos deixar de lado as prospecções por telefone, a estratégia mais usada por muitas companhias. Por se tratar de uma relação distante, as condições são ínfimas de identificar o perfil da pessoa que está do outro lado da linha em uma venda complexa, por exemplo, mas é possível fazer uma qualificação inicial do cliente e das prováveis oportunidades.

Portanto, antes de iniciar a conversa, defina um foco e disponha de todas as perguntas possíveis, com um repertório para conectar soluções as necessidades dos clientes. Não desestabilizar diante de uma negativa, saber persistir sem demonstrar insistência e estar preparado para possíveis questionamentos e pouco caso, transmitem uma sensação de confiança ao interlocutor. Lembre-se: a pressa pode ser inimiga de uma negociação de sucesso. A ligação é mais um passo dentro do processo de vendas e construir uma relação de proximidade pode contribuir. Além disso, vale lembrar que qualquer informação transmitida pela pessoa pode servir de base para uma ação estratégica em vendas.”