Redes sociais e negócios corporativos na era do Marketing 3.0

“Artigo escrito por Carlos Salinas”:Há algum tempo, o meu amigo Rui Gonçalves empresário e dirigente da área de tecnologia de Santa Catarina, profetizava em palestras e para quem quisesse ouvir, que voltariam os tempos em que os negócios, funcionariam como a vida de cidade pequena. Lá, quando alguém “apronta”, a notícia se espalha rapidamente, pelo mecanismo que nem os mais avançados meios de comunicação tem conseguido igualar até hoje: a fofoca!.

E o oposto também acontece; quando alguém é “catalogado” como gente boa ou empresa bacana, a própria comunidade se encarrega de considerá-las “confiáveis”, e tal reputação torna a sua trajetória requisitada.
Claro… também tem a intriga, as confabulações e outra série de coisas, mas, a questão agora não é essa.

A questão é que, como uma verdadeira profecia se cumprindo, hoje, vemos que nas redes sociais, as notícias espalham-se à velocidade da fofoca das cidades pequenas. Foi pelo Facebook que comecei a ver uns recados estranhos falando sobre a Zara e o trabalho escravo, para depois ver as matérias que tinham saído pela TV. Foi lá, no Facebook, que lançaram-se verdadeiras campanhas falando sobre o assunto, promovendo todo tipo de boicotes.. tudo isso em menos de 24 horas!!!. Sem julgar a situação da empresa, o fato é que verdade ou não, os executivos tem que se movimentar muito rapidamente para tentar conter o tsunami que bateu na praia deles.

Outro bom exemplo é o das compras coletivas… por acaso alguém viu alguma publicidade na TV ou jornal?. Nada… a febre aconteceu desde a Internet e as Redes Sociais. Enfim, essas são pequenas amostras do quanto as pessoas se movimentam usando as redes sociais, formando opinião e afetando a vida de muitos negócios… para bem ou para mal, claro.

E no ambiente de negócios corporativos?… será que cola essa corrente?.
Pois bem, o guru do marketing, Philip Kotler, defende em seu último livro, “Marketing 3.0”, que o tempo das empresas se focarem apenas em atender as necessidades do cliente, já era!. A partir de agora os clientes tem que “ser parte dos negócios”, isto é, eles colaboram para dar forma aos produtos e serviços as empresas fornecem.

E o que isso significa?. Simples, ele diz que para isto acontecer, as empresas precisam se definir claramente, e incluir em sua visão e valores, questões de interesse da sociedade, como por exemplo: participação em causas sociais e ambientais; ou seja, estar alinhados com a sustentabilidade, assim as empresas e a sociedade unificam seus interesses.

Ele também diz que as redes sociais (incluindo blogs) são o veículo de interação por excelência, para que os stakeholders (grupos e interesses) se relacionem abertamente; isto é, acionistas, funcionários, clientes, parceiros, etc, todos “colaborando” para desenvolver produtos, serviços e iniciativas que serão lançados ao mercado.

Será que dá para esperar para ver?. Na minha opinião, não. Mesmo as empresas pequenas precisam prestar atenção, mais do que nunca, nesta tendência, sob pena de, em breve, perder seus diferenciais competitivos e terem que apertar as suas margens para competir por preço.

Cuidado! não pode se confundir estratégia de preço baixo, que envolve ganho de volume e estratégias de custos reduzidos. Estou falando aqui da obrigação em reduzir preços e apertar as margens por não conseguir se diferenciar da concorrência.

Para quem quiser se ligar nesta tendência, recomendo fortemente a leitura do livro Marketing 3.0, do Philip Kotler, e ver abaixo algumas matérias que selecionamos sobre o assunto.

Também deixo aqui o espaço aberto para o debate, lançando 2 perguntas:

  1. Qual a sua opinião em relação ao marketing 3.0?
  2. Que falta para que os negócios corporativos explorem melhor as redes sociais